ALMEIDA LIMA: "O PMDB É UM GRANDE PARTIDO, NÃO PODE CONTINUAR COADJUVANTE DO PT. NÃO DÁ PARA CONTINUAR VIRA-LATA, UM CÃO SEM RAÇA"
A primeira entrevista do nosso Blog é com um político sergipano amado por muitos e odiado por outros tantos.
Com Almeida Lima (PMDB) é difícil ser morno; ou quente, ou frio. Em seu posicionamento ele adota a mesma conduta: nunca fica "em cima do muro".
Almeida é advogado, 57 anos, casado com Maria Helena, pai de três filhos. Ele já foi deputado estadual, prefeito de Aracaju, senador e, atualmente, é deputado federal. Em Aracaju, é presidente do PMDB. Em Brasília, presidente da Comissão Especial encarregada de fazer a Reforma Política na Câmara.
Mas é, principalmente, sobre a política sergipana que conversamos com o deputado.
ANNA RUTH - Deputado, o Sr. disse, reiteradas vezes, que o PMDB vai ter candidato próprio para prefeito, em Aracaju, em 2012. Disse também que não será o Sr. Por que não, já que aparece bem nas pesquisas?
ALMEIDA - A eleição municipal é o momento em que o PMDB precisa se afirmar diante das bases eleitorais. Aparecer bem nas pesquisas me deixa satisfeito. Elas representam um bom sinal do trabalho que realizo. Mas a candidatura a prefeito de Aracaju é outra questão. O meu projeto está em 2014, em Sergipe. Não está em Aracaju em 2012.
ANNA RUTH - Quais os possíveis nomes em estudo? Que características esse candidato deve ter?
ALMEIDA - Em estudo nenhum nome. Esse nome deve ser uma construção popular. Alguém que se identifique com Aracaju e a nossa gente. Daí você chega à conclusão que o nome deve ser do gosto do povo, logo, não pode ser nenhum filiado do Palácio. O candidato não será chapa branca. Será um candidato que tenha a simpatia popular, o que não é o caso do governo do estado hoje. Aracaju e Sergipe precisam de um novo tempo.
ANNA RUTH - Por que só se fala em candidatO e nunca em candidatA? O PMDB não tem nenhuma mulher que possa entrar na disputa?
ALMEIDA - Espaço político dentro do PMDB em Aracaju as mulheres têm, mas elas ainda não despertaram para uma participação mais efetiva na política.
ANNA RUTH - O Sr.(o PMDB) acredita que vocês podem ganhar do PT e aliados ou o PMDB vai entrar para "atrapalhar" Déda e seu grupo?
ALMEIDA - O PMDB sempre teve uma proposta muito clara para Aracaju e sempre desejou executar esse projeto. Falta-nos a oportunidade que o PT já teve e que o PC do B está tendo. Agora deve ser a vez do PMDB mostrar a grandiosidade do seu projeto. Não sei se Déda tem grupo de partidos a apoiá-lo ou se tem um amontoado de partidos. Na última eleição o que se viu foi um saco de gatos. Lembram-se da declaração de Valadares contra Amorim? Mas eram "aliados". Portanto, acredito que haverá uma rearrumação e forças políticas e partidárias diferentes das de 2010.
ANNA RUTH - Entre o PT e aliados, João Alves (DEM) e Mendonça Prado (DEM), quem o senhor acha que tem mais chances de ganhar a Prefeitura de Aracaju?
ALMEIDA - O povo é quem dirá. Em 2010 o povo de Aracaju disse que não queria Déda, mas não foi tão eloquente a ponto de derrotá-lo porque não viu em João (Alves) a opção que desejava para derrotar o governador. Você não acha que o povo deseja um projeto novo, uma idéia e que ele já está cansado dessas alternativas?
ANNA RUTH - Quantos vereadores e prefeitos o PMDB tem hoje em Sergipe? E em 2012 quantos vereadores acredita que possa eleger?
ALMEIDA - O PMDB tem em Sergipe 13 prefeitos e 81 vereadores. Essa seria uma previsão prematura demais. Dependerá de muitas circunstâncias, inclusive de como a direção estadual irá se comportar.
ANNA RUTH - Quando o PMDB vai começar a "trabalhar" seu futuro candidato a prefeito?
ALMEIDA - O PMDB já trabalha. A ação política se dá no dia a dia. As candidaturas não nascem do dia para a noite, elas são construídas ao longo do tempo.
ANNA RUTH - Que avaliação o Sr. faz do PMDB/SE e do PMDB Nacional?
ALMEIDA - O PMDB é um grande partido e é desta forma que pretende atuar, não pode continuar coadjuvante do PT. É preciso construir uma identidade clara e assim atuar junto às massas para conduzir o Partido ao poder. Não dá para continuar vira-lata: um cão sem raça.
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