OS SETE PECADOS CAPITAIS
Tomás de Aquino lista os vícios, os pecados capitais assim: vaidade, avareza, inveja, ira, luxúria, gula e acídia. Como podem perceber, são sete. São os primitivos; deles derivam uma família de exageros. Exagero, lembrando, é sinônimo de pecado. Observem que Tomás cita a vaidade e a acídia como pecados, enquanto a Igreja universaliza a soberba e a preguiça em lugar deles. Tomás julgava a soberba como um pecado acima de todos os outros, por isso é que citou um pecado “menor”, mas, certamente a acídia é mais perversa do que a preguiça.
Ira, gula, inveja, preguiça, avareza, luxúria e soberba, portanto, são os sete pecados capitais vigentes.
Como então o Maçom pode contrapor esses pecados? É simples: levantando templos à Virtude e cavando masmorras ao Vício. A Maçonaria tem seus princípios os quais não podemos perdê-los de vista sob pena de errarmos o alvo, de pecarmos.
IRA
A raiva, a cólera, a fúria, a sanha emprestam seu significado, também, para este pecado mesmo com um tom mais forte ou mais fraco do que a ira. A ira é aquele sentimento que temos quando algo dar errado, quando há um desvio dos nossos objetivos, quando não acontece o que planejamos. Por trás da atitude de ira está o medo de errar, o medo de perder prestígio e tal atitude é compensada com o ataque pessoal, com a interpretação do “eu quero destruir”. Sendo a ira resultado do perfeccionismo, da meticulosidade, o antídoto para a ira sem dúvida é a calma, a prudência no planejamento da ação. O maçom deve ser prudente para evitar a discórdia, a divisão, o cisma no seu meio, na sua comunidade ou entre seus Irmãos.
GULA
Quando se fala em gula somos induzidos a pensar em uma mesa farta de comidas e bebidas e todos se saciando mais do que deve ou pode e cada um pensando: “eu quero mais”, “vai acabar”, “que delícia”. A essa falta de mastigação é que se chama de engolir o alimento. Essa voracidade também é intelectual: “eu preciso aprender tudo”. A gula é simbolizada pelo hedonismo, materialismo, prazer. Uma das virtudes cardeais da Maçonaria é a temperança e é ela que deve ser exercitada para mitigar a gula.
INVEJA
A inveja é a insatisfação pelo sucesso do outro, é a ignorância das próprias possibilidades, é se sentir sempre injustiçado. A inveja é o estopim da violência e do desrespeito. O maçom é um investigador da verdade, logo, precisa se conhecer; conhecer suas próprias potencialidades e, por conseguinte, seus limites; o maçom precisa ter autoconfiança, ser pacífico e ter entusiasmo; ele deve ter a consciência que é um agente da justiça.
PREGUIÇA
O preguiçoso cultua o medo, inclusive o de pensar, sentir e agir. A preguiça é representada pelo ócio, pela lassidão, pela moleza, pelo cansaço, pela acídia, pela desídia, pela incúria, pela omissão etc.. É necessário lembrarmos da última das quatro virtudes cardeais da Maçonaria, a fortaleza; é dela que o maçom precisa fazer uso durante a sua vida de desbaste da pedra bruta e combate à preguiça.
AVAREZA
Na nossa sociedade (inclusive a maçônica) é comum flagrar-se os cultos ao dinheiro e ao poder; vivemos tempos de escassez, de miséria, de fome e se meu semelhante está em desgraça hoje, por que não estarei eu amanhã? Se somente o poder traz felicidade por que não buscá-lo? Essa atitude avara, defensiva, até mesma egoísta, não pode ter abrigo em um verdadeiro maçom. O verdadeiro maçom precisa cultuar a caridade, o despojamento, a humanidade, a filantropia, a beneficência. É na prática da beneficência que o maçom se encontra poderoso, vitorioso no duelo com a avareza.
LUXÚRIA
Em verdade, a luxúria é o pecado do prazer não obstante ela seja o símbolo da impureza, da sensualidade, da carne. Não é mais possível mudar este conceito. A Maçonaria não rechaça a luxúria com a veemência apropriada, mas, não a crucifiquemos; a exaltação que ela faz da família é um fato; a consideração da família como um dos pilares de sustentação da Ordem é uma realidade. Vamos todos viver na esperança de formarmos uma família de bons costumes, de tolerância, de moral e ética.
A soberba é o pecado-mor. Aquele que o incorpora fere seu semelhante desprezando-o; sente-se melhor que todos; tem uma imagem ampliada de si mesmo que não corresponde à realidade. A soberba é recheada de orgulho e vaidade e age em nome do progresso e da razão. O homem soberbo não conhece a humildade , o respeito pelo próximo ou qualquer outra virtude. O homem soberbo não sabe o que é o amor justamente o oposto do maçom que tem fé e trabalha pelo bem-estar da humanidade.
É claro que este pequeno trabalho não é um produto acabado, perfeito, definitivo, mas, tem o sentido instigador, o sentido de alerta a todos os Irmãos para que produzamos novos trabalhos e que tenhamos novas posturas de vida.
Por Natanael Fernandes
Engenheiro
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